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terça-feira, 13 de setembro de 2011

ASCONE expõe sua ignorância aos ollhos do público (Parte I)

A respeito da postagem em que mostro as falsidades de um dos documentos que o prefeito Haroldo Queiroz apresentou à CODEVASF, assim o ASCONE manifestou sua ignorância (e falta de educação):

Aos imbecis de plantão:
1) A bacia é do rio Pará. Só porque o córrego deságua no São Francisco ele tem que pertencer a outra bacia? Segundo os órgãos ambientais a bacia é do Pará e não do São Francisco. A prefeitura tem que seguir o que os órgãos ambientais exigem.


No trecho acima, o ASCONE se referia à minha afirmação de que o documento falso continua também o erro de colocar o Córrego das Palmeiras na Bacia do Pará, quando, de fato, pertence à Bacia do São Francisco.

Ora, a bacia de um rio, ou bacia hidrográfica, é a área de terra cujas águas drenam ou escoam para um determinado curso de água. Portanto, é um fenômeno topográfico, hidrológico. Bacia não é uma "exigência" de órgãos ambientais, é uma situação fática. Decorre da realidade física do terreno.

No caso do Córrego das Palmeiras (canal da Avenida Dr. Roberto) ele pertence à Bacia do São Francisco, sub-bacia do Machados. Não pertence, e não pode pertencer à Bacia do Pará, porque nem direta nem indiretamente suas águas chegam ao Pará.

Duas principais bacias hidrográficas
de Bom Despacho
Se dividirmos o Município de Bom Despacho em suas duas bacias principais, encontraremos, a leste, as águas que vão para o Pará e a oeste, as águas que vão para o São Francisco. Esse fato está representado no mapa esquematizado ao lado.

Fácil perceber que toda nascente a leste da linha preta, e toda chuva que cai a leste dela, escoa para o Pará. Ao mesmo tempo, toda nascente a oeste da linha preta – assim como toda chuva que cai a oeste dela – corre para o São Francisco.A linha preta é um divisor de águas.

O Córrego das Palmeiras cai no Gorduras; o Gorduras cai no Machados; e o Machados cai no São Francisco. É por isso que o Palmeiras pertence à Bacia do São Francisco e não à Bacia do Pará. Isso nada tem a ver com o que os órgãos ambientais exigem. Trata-se de um fato. É decorrência dos desníveis do terreno.

Isso visto, passemos aos quatro erros do ASCONE (nesse item):

i) "A bacia é do rio Pará."
 Como demonstrado,  o Córrego das Palmeiras não pode pertencer à Bacia do Pará, já que corre para o São Francisco. Suas águas nunca chegam ao Pará.

ii) "Só porque o córrego deságua no São Francisco ele tem que pertencer a outra bacia?"
Sim, por definição, quando um curso de água deságua em outro, aquele faz parte da bacia deste. Portanto, se as águas do Palmeiras vão para o São Francisco, sem passar pelo Pará, ele pertence à bacia daquele e não deste.

iii) "Segundo os órgãos ambientais a bacia é do Pará e não do São Francisco."
Não, nenhum órgão ambiental do Brasil disse uma besteira dessas. Os técnicos deles são melhores do que os ASCONEs da prefeitura;

iv) "A prefeitura tem que seguir o que os órgãos ambientais exigem."
Ao pedir a licença, a prefeitura informou que o córrego pertencia à Bacia do Pará. Foi um erro da prefeitura, não foi "exigência" de nenhum órgão ambiental.

É triste saber que pagamos o salário de um ASCONE com tão sesquipedálica ignorância. Tão sesquipedálica que não sabe nem mesmo aquilatar a si mesma. Saber quão grande é.

A propósito: nessas alturas, quem será o "imbecil de plantão?"

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