Enquanto nossas rodovias acabam, assistimos à limpeza feita na cúpula do DNIT. Isso resolverá o problema? Dificilmente.
O DNIT é, provavelmente, o órgão mais corrupto do Brasil. E nisso não inovou, pois herdou a corrupção junto com a mudança de nome: o DNER já ostentava o título de campeão da corrupção. No DNIT – assim como acontecia com o DNER – quem manda são as empreiteiras. O governo pouco ou nada manda lá.
O prejuízo para o erário e para quem precisa das estradas começa com os preços oficiais. A tabela oficial de preços do DNIT é inflada. Isso significa que se as empreiteiras fizessem um bom trabalho e recebessem de acordo com a tabela, já teriam um lucro apreciável e invejável.
Entretanto, as empreiteiras – e os políticos por elas beneficiados – não se contentam com esse lucro. Elas buscam mais. Fazem-no em três frentes principais: primeiro, superfaturando sempre que possível (passando por cima da tabela); segundo, executando a obra abaixo das especificações; terceiro aditivando repetida o contrato, tirando itens pouco lucrativos, colocando itens mais lucrativos e recebendo mais pelo simples acréscimo de tempo.
As mudanças na cúpula do DNIT não resolverão nada. Mesmo que ali entre uma ou duas dúzias de dirigentes honestos e zelosos, eles serão vencidos pela história do órgão e pela estrutura corrompida em que se sustenta.
Assim sendo, se a presidente Dilma quiser ter um órgão honesto e capaz para cuidar da infraestrutura do Brasil, só terá um caminho a seguir: implodir o DNIT e criar outro órgão inteiramente novo, começando do zero. Até lá continuaremos convivendo com roubalheira, estradas assassinas, obras inacabadas e inacabáveis.
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