Na canalização do Córrego das Palmeiras ("Machados"), o prefeito Haroldo Queiroz, em conluio com a empreiteira, usou técnicas diversas para desviar dinheiro. Uma delas é revelada pelo exame do desenho abaixo (clique na imagem para ler melhor).
Observe a parte inferior (o piso) do canal Ele é contínuo e tem quatro metros de largura por 40 centímetros de espessura. Se você for até o córrego, descobrirará que a construção está diferente. Lá há um vão no centro. Um espaço de mais ou menos 80 centímetros que não foi concretado. Ora, como a obra tem 1.900 m, isso significa uma economia de 608 metros cúbicos de concreto (0,80 x 0,40 x 1.900).
Além disso, as paredes laterais do canal estão previstas para terem 2,1 metros de altura por 40 centímetros de espessura. Entretanto, elas foram construídas com apenas 20 centímetros. Isso signfica uma economia de mais 1.596 metros cúbicos de concreto (0,20 x 2,10 x 1900 x 2).
Finalmente, a espessura do restante do piso foi reduzida de 40 cm para 20 cm. Isso representa mais 1.216 metros cúbicos economizados (3,2 x 0,2 x 1900
Portanto, só nos elementos acima mencionados a empreiteira deixou de lançar 3.420 metros cúbicos de concreto. Ao custo previsto de R$ 330,77 por metros, isso significa uma economia de R$ 1.131.233,40.
Pois bem.
Essa economia seria muito boa, se tivesse voltado para os cofres do Município. Invés disso, porém, foi para o bolso da empreiteira e do prefeito.
Outros desvios e curiosidades do corte
O desenho permite calcular outras "economias". Por exemplo, com o "afinamento" da camada do fundo, também as "abas" que ficam sob o barranco foram afinadas. Portanto, gastou-se menos concreto. Além disso, a espessura média prevista para o concreto magro (a parte entre as pedras e o concreto estrutural, no fundo) foi de 15 cm. Entretanto, a aplicação ficou em torno de 6 cm. Isso significa pouco mais de 1/3 do valor inferido pelo desenho.
Agora, interessante mesmo é conferir as dimensões: de guarda-corpo a guarda-corpo, o desenho indica 9 metros. Na realidade, são quase 13 metros.
Observe-se, também, que o guarda-corpo está previsto, mas não foi feito.
Assim, de "economia" em "economia", a obra foi ficando pior e mais dinheiro foi sobrando para a quadrilha. Nenhum dinheiro "economizado" voltou aos cofres públicos.
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