Páginas

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Prefeito Haroldo Queiroz quer doar 3.888 m2 para grande supermercado

Tramita na Câmara Municipal o projeto de lei nº 17/2011 mediante o qual o prefeito pretende doar para a Chevel Imobiliária uma área institucional de 3.888 metros quadrados. Segundo o artigo 2º do projeto, a donatária poderá explorar no local atividades comerciais, industriais ou de prestação de serviços.

Um dos aspectos assombrosos da proposta do prefeito é que a donatária poderá alugar o imóvel ou imóveis construídos para quem quiser.

Ou seja, a prefeitura doará o terreno e fará a terraplenagem. A Chevel construirá o que quiser no local e alugará para quem quiser.

Fonte: mapa da cidade e projeto de lei 17/11 (note que o mapa oficial apresenta erro de posição e escala na Av. Dr. Roberto, na Rua do Matadouro e na Av. Primeiro de junho.)

No mapa acima, a área amarela é o terreno que o prefeito pretende doar. O retângulo representa a área a ser ocupada pelo supermercado (escala aproximada). Como se pode ver, o supermercado ficará com acesso por quatro vias: Av. Dr. Roberto, Rua Teresópolis, Rua Juca Rufino e Matadouro. Uma situação mjuito privilegiada para esse tipo de negócio.

No restante da área amarela (aquela fora da área do supermercado) a Chevel poderá construir e explorar o que quiser.

(clique nas imagens abaixo para ver o projeto de lei)

8 comentários:

Revistacidadesol disse...

Oi, Fernando.

Que pena que quando a UAB/UFMG pensou em vir para cá o prefeito não teve a ideia de ceder um terreno. O prefeito de Formiga foi mais esperto: ofereceu o prédio e a UAB se mandou para lá. Perdemos mais uma vez.

Abs!

Anônimo disse...

Será que é doação mesmo?????????/

OBSERVADOR disse...

Doação com troco para o bolso da quadrilha.
Será que os 6 paus mandados da câmara vão aprovar essa aberração para se sujarem mais do que já estão?

Anônimo disse...

fernando, pela primeira vez fiquei decepicionado com voce: " fico feliz em dizer que o terreno não será doado para um supermercado fazer uma concorrencia desleal no municipio" - que visão é essa sua? + empregos, + impostos, sem falar que a concorrencia traz beneficios para o consumidor( preços competitivos) ou melhor,+ barato. Já pensou se as empresas estrangeiras nao pudessem se instalarem no Brasil? Mesmo assim sou seu admirador..

Fernando Cabral desmente... disse...

Infelizmente, a vinda do supermercado para Bom Despacho, nas condições propostas pelo prefeito não traria NENHUMA vantagem para Bom Despacho.
1) Impostos: haveria DIMINUIÇÃO, não aumento.
2) Empregos: haveria remanejamento e provável DIMINUIÇÃO;
3) Preços: nada mudaria.
Darei uma explicação breve para cada uma dessas informações. Mas, se você precisar de explicações adicionais, estou à disposição.
OS IMPOSTOS DIMINUIRIAM
Nos gêneros alimentícios o imposto que beneficia o Município é o ICMS. Isso imposto é recolhido pelo Estado. Entretanto, metade dele volta ao município ONDE A VENDA É EFETUADA. Note, porém, que o ICMS só é cobrado pela DIFERENÇA. Acontece que as cadeias de supermercado repassam o produto pelo preço de venda. Isso significa que NENHUM ICMS é gerado na cidade onde está a filial.
Esse é o primeiro motivo.
O segundo motivo é que a vinda do supermercado não aumenta as vendas. Apenas transfere de um supermercado para outro. Portanto, mesmo que as cadeias não utilizassem o artifício acima mencionado, ainda assim não haveria aumento de arrecadação.
EMPREGOS
Supermercado não gera riqueza nova. Portanto, haverá apenas realocação dos consumidores. Os supermercados existentes diminuirão seus empregos (caixas, por exemplo) proporcionalmente à clientela que perderem.
Os supermecados pequenos da região fechariam suas portas.
Ademais, os empregos importantes (gerentes, coordenadores, etc.) viriam de fora.
Portanto, provavelmente perderíamos empregos.
PREÇOS
Na área de supermercado Bom Despacho tem uma concorrência boa. Além disso, há a competição com Belo Horizonte, Betim, Pará de Minas e Divinópolis. Um supermercado a mais não aumentaria a competição de forma notável.
Ademais, conforme verificamos, esse supermercado, nas cidades da região onde estão instalados, vendem mais caro do que aqui (de 8% a 12%, conforme verificamos).
Outras alternativas
Pelos motivos enumerados, não havia nenhuma justificativa para a prefeitura DOAR para uma grande empresa, um terreno e as obras de terraplenagem. Algo que, no final, custaria de um a dois milhões de reais aos cofres públicos.
Então, propusemos alternativas que REALMENTE trazem vantagens. Por exemplo, doar o terreno para a instalação de um órgão regional do INSS: aí sim, virão servidores federais bem remunerados que gastarão seus salários aqui. Doar para escolas, doar para indústrias que exportem produtos e gerem riqueza nova.

Enfim, há várias alterantivas ótimas para a cidade. Doar o terreno e pagar pelas obras do supermercado não é uma delas.

Fernando Cabral desmente... disse...

Complemento ao comentário acima
Não é questão de a empresa (supermercado) vir ou não vir. Ela pode vir (o município nem tem como impedir isso). Se quiser vir com o dinheiro dela e aqui investir, ninguém tem como opor nada. A oposição não é quanto à vinda. É quanto a ela vir com custo para o patrimônio público.

A concorrência leal será sempre bem-vinda.

Quanto a isso, o problema na proposta do prefeito é que a empresa viria ganhando um monte de benefícios que nenhuma outra empresa bom-despachense recebeu.

Por isso a concorrência seria desleal.

Anônimo disse...

fernando, discordo de voce em dois pontos: * empregos: mesmo tendo uma eventual demissao dos outros supermercados,o concorrente que esta para vir estaria empregando tambem.A cidade nao pode estar fechada para novas investidoras, novas empresas... faz parte do progresso empresas de grande porte ou medio porte.A população cresce , a economia cresce . *preços: te pergunto : se voce vai comprar um mantimento q em um lugar custa 100,00 e em outro custa 20% mais barato, onde voce vai dar a preferencia da compra? SE É MAIS CARO, não compre , sé mais barato compre. Em questao a doação do terreno pela prefeitura( pior administração de todos os tempos) leia o informativo q saiu no jornal de negocio com declaração do BH SUPERMERCADO pelo seus diretores.

Fernando Cabral desmente... disse...

Vamos separar os argumentos e cuidar de cada um deles separadamente. Caso contrário aumentaremos a confusão invés de esclarecermos o que estava para acontecer.

1) Se a empresa quer vir, que venha. Isso não está e nunca esteve em discussão. É um direito que ela tem. Seja para vender mais barato ou mais caro, para gerar empregos ou não, ela pode vir.

Nem eu – nem qualquer outro vereador – foi contra (ou é contra a vinda da empresa).

Isso bem esclarecido, vamos ao ponto seguinte.

2) A empresa que SUPOSTAMENTE viria, é um poderoso supermercado. Portanto, não há qualquer motivo para nós, bom-despachenses, lhe darmos um LOTE e mais todas as despesas de terraplenagem.

Isso significa que a discussão não é se a empresa deve ou não vir, mas sim se nós, bom-despachenses, devemos PAGAR para que ela venha.

Nesse ponto, minha opinião e voto é claro: não, não devemos pagar para que ela venha.

Isso posto, vamos ao terceiro ponto: se pagarmos, os empregos que ela supostamente gerará e os impostos que ela supostamente gerará compensarão o pagamento?

3) A resposta é que não: ela não gerará impostos adicionais. Ao contrário – se mantiver sua prática atual, provocará diminuição na arrecadação.

Portanto, não procede o argumento de que o dinheiro que nós gastarmos com ela (lote e terraplenagem) será recuperado com os impostos.

E, agora, podemos tratar da questão dos empregos, que parece não ter ficado clara:

4) A empresa gerará empregos NOVOS? Não. Alguns trabalhadores perderão o emprego e outros trocarão de emprego. Entretanto, não haverá ganho para a classe trabalhadora.

Com relação à declaração da empresa no Jornal de Negócios, eu li. O que ficou claro (mas não me causou nenhuma surpresa) é que a empresa não sabia da maracutaia.

Note que, para os vereadores isso já era bem sabido. O projeto de lei não fala em supermercado e não exige a construção de um supermercado.

Ao contrário, a prefeitura doava o terreno para a Chevel. Essa empresa poderia construir no local O QUE QUISESSE e alugar para QUALQUER atividade.

Ou seja, nem mesmo é verdade que o terreno estava sendo doado para a construção de um supermercado...

Antes de encerrar, eu repito: não se trata de fechar a cidade para grandes empresas. Ao contrário: já em 2002 eu publiquei vários artigos falando da necessidade de Bom Despacho atrair empresas. Na câmara volto sempre a esse assunto. Nossa cidade não tem uma política de crescimento.

Aquilo a que nos opomos é dar terra pública e gastar dinheiro público para aumentar o patrimônio da Chevel Imobiliária, sem qualquer benefício para a cidade (nem emprego, nem tributo, nem mesmo gasto em construção).

Como eu disse antes: os vereadores não têm qualquer poder de impedir a vinda de qualquer empresa. Nosso interesse é que o dinheiro público seja gasto de forma proveitosa para a cidade e seus cidadãos.

b56a63c5-6e12-4ad3-81ef-13956069e781