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terça-feira, 31 de maio de 2011

Çó repaçano

Não é de hoje que o Ministério da Educação vem apoiando e entregando às escolas livros de qualidade muito duvidosa. Mas aquele que trata da questão do preconceito "linguístico" causou revolta entre todos aqueles que sabem (e respeitam) a diferença entre língua falada e língua escrita. Na língua escrita, a diferença entre linguagem coloquial e norma culta. O texto abaixo – atribuído a Carlos Eduardo Novaes(*) – trata do assunto.

R E P A Ç A N D O . . .

Carlos Eduardo Novaes, Jornal do Brasil

Confeço qui to morrendo de enveja da fessora Heloisa Ramos que escrevinhou um livro cheio de erros de Português e vendeu 485 mil ezemplares para o Minestério da Educassão. Eu dou um duro danado para não tropesssar na Gramática e nunca tive nenhum dos meus 42 livros comprados pelo Pograma Naçional do Livro Didáctico. Vai ver que é por isso: escrevo para quem sabe Portugues!

A fessora se ex-plica dizendo que previlegiou a linguagem horal sobre a escrevida. Só qui no meu modexto entender a linguajem horal é para sair pela boca e não para ser botada no papel. A palavra impreça deve obedecer o que manda a Gramática. Ou então a nossa língua vai virar um vale-tudo sem normas nem regras e agente nem precisamos ir a escola para aprender Português.

A fessora dice também que escreveu desse jeito para subestituir a nossão de “certo e errado” pela de “adequado e inadequado”. Vai ver que quis livrar a cara do Lula que agora vive dando palestas e fala muita coisa inadequada. Só que a Gramatica eziste para encinar agente como falar e escrever corretamente no idioma portugues. A Gramática é uma espéce de Constituissão do edioma pátrio e para ela não existe essa coisa de adequado e inadequado. Ou você segue direitinho a Constituição ou você está for a da lei - como se diz? - magna.

Diante do pobrema um acessor do Minestério declarou que “o ministro Fernando Adade não faz análise dos livros didáticos”. E quem pediu a ele pra fazer? Ele é um homem muito ocupado, mas deve ter alguém que fassa por ele e esse alguém com certesa só conhece a linguajem horal. O asceçor afirmou ainda que o Minestério não é dono da Verdade e o ministro seria um tirano se disseçe o que está certo e o que está errado. Que arjumento absurdo! Ele não tem que dizer nada. Tem é que ficar caladinho por causa que quem dis o que está certo é a Gramática.

Até segunda ordem a Gramática é que é a dona DA verdade e o Minestério que é DA Educassão deve ser o primeiro a respeitar.

(*) Em tempos de Internet é difícil separar os textos legítimos dos apócrifos.

Um comentário:

Revistacidadesol disse...

Oi, Fernando. Achei q essa história do livro já estava explicada: a parte do livro que a mídia citou é só a introdução. Ele ensina, sim, o português padrão (as normas), em outro capítulo.

Por se tratar de um livro voltado para o EJA, é usual esse tipo de explicação introdutória sobre a fala e a escrita.

Agora, a piada do Novaes dá a entender que um livro didático faria uma inversão e estaria todo escrito no português informal.

E Novaes ainda envolve Lula. Creio que Lula deve ser desmistificado no seguinte sentido: não é operário há muito tempo, já há muito ele e o PT representam posições de classe média, mas mesmo assim reivindica que suas posições seriam a verdadeira voz operária, "dos trabalhadores".

Abs!

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