Como a comissão de licitação da prefeitura de Bom Despacho participou da fraude do Processo Seletivo

Segundo denúncia do Ministério Público, a máfia dos concursos comandada por Maria Helena Mesquita Londe agia em diversas cidades mineiras e em algumas de outros estados. Entre elas, Cristalina (GO) e Castelo (ES).

Essas máfias não agem sem a conivência de funcionários das prefeituras. Em Bom Despacho, por exemplo, o Ministério Público incluiu entre os denunciados, todos os membros da Comissão de Licitação. Incluiu, ainda, a assessora jurídica que deu parecer pela legalidade da licitação.

Entretanto – conforme demonstrou a promotoria – os membros da comissão sabiam que a licitação era fraudada. Há pelo menos duas provas objetivas disso. A primeira é que uma das empresas convidadas não tem sede. Isto é, trata-se de empresa fantasma. Quando o correio devolveu a carta-convite a ela enviada, a Comissão deveria ter investigado o assunto. Entretanto, não o fez.

A segunda prova é que nenhum membro da comissão soube explicar como os documentos das empresas concorrentes chegaram à prefeitura.

Como isso é possível?

Resposta: só mediante fraude. Ou seja, alguém entregou à comissão os documentos de todas as empresas concorrentes. Essa é uma coisa, porém, que só pode acontecer quando há conluio entre as empresas, combinado com a condescendência dos membros da comissão de licitação.