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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Até quando, Catilina?

Até quando?
Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência?
Por quanto tempo esse teu rancor nos enganará?
Até que ponto a tua audácia desenfreada se gabará?
Nada te abalaram a guarda-noturna do Palatino,
nada as sentinelas da cidade,
nada o temor do povo,
nada o concurso de todos os bons cidadãos,
nada este lugar fortificadíssimo de reunião do senado,
nada o aspecto e o semblante destes?
Não percebes que os teus planos estão patentes?
Não vês que a tua conspiração já é tida como presa pelo conhecimento de todos estes?
Quem de nós julgas que ignore o que fizeste na última noite,
o que na anterior;
onde estiveste, a quem convocaste, que deliberação tomaste?
Ó tempos! Ó costumes!
Trecho inicial da primeira catilinária (discurso de Marco Túlio Cícero contra Lúcio Sérgio Catilina). Pronunciado no ano 63 AC, ainda vale a pena ser relembrado quando os costumes dos homens públicos caem abaixo do rés do chão, como tem acontecido.

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