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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Boatos da Internet - solidariedade que custa caro

Se a mensagem começa com a expressão "só repassando...", pare. Provavelmente você está lendo um boato. Passá-lo adiante pode causar prejuízos.

Se em algum lugar a mensagem diz "mande esta mensagem para todos os seus amigos", pare. Você está lendo um boato. Apague a mensagem e esqueça. Passá-la adiante só causará aborrecimentos e  prejuízos.

Nunca mande esse tipo de mensagem para seus amigos. Leia o texto a seguir e entenda por quê.

Boatos ("hoax") da Internet

Essas mensagens que anunciam catástrofes, sinistros e dramas humanos; mensagens que mexem com sua compaixão, despertam sua solidariedade, causam-lhe pena; mensagens que em algum ponto lhe pede para repassar para todos os seus amigos... são boatos (ou hoax, na linguagem da Internet).

O objetivo dessas mensagens costuma ser simplemente ocupar as linhas de comunicação da Internet e entupir as caixas postais das pessoas. Mas algumas são mais maldosas: fornecem números de telefone de pessoas, de polícia, de hospital, de corpo de bombeiros.

Nesses casos, além de entupir caixas postais, também atrapalham os serviços de atendimento à população. Por exemplo, quando o número fornecido é de emergências médicas. Se muita gente ligar para saber se é verdade, as linhas ficarão ocupadas. Quem precisar delas pode até morrer.

Progressão geométrica no número das mensagens

As cópias das mensagens crescem em progressão geométrica. Digamos que mil pessoas tenham acabado de receber uma mensagem dessas. Se cada uma mandar para dez pessoas, serão 11 mil mensagens. Se as 10 mil que acabaram de receber mandarem para mais 10, serão 111 mil mensagens.

Digo de outra forma: imagine que você mande uma mensagem para 10 pessoas. Digamos que cada uma delas faça a mesma coisa uma hora depois. Aí o processo se repete. Na décima segunda hora serão geradas 100.000.000.000 (cem bilhões!) de mensagens. Somadas às que foram geradas nas onze horas anteriores, teremos 111.111.111.111 entupindo as caixas postais!

É claro que nem todos são ingênuos a ponto de fazer o que a mensagem pede. Mas, mesmo se reduzirmos o número de destinatários a apenas 2 redespachos, mas aumentarmos o tempo para dois dias (48 horas), o número continuará assustador: 140.737.488.360.000 (isto mesmo: 140 trilhões de mensagens!)

Só pela quantidade de lixo gerado dá para ver o prejuízo que essas mensagens representam para todos os usuários da Internet.

Falta de escrúpulos dos autores das mensagens

Para aparentar credibilidade, os autores dessas mensagens costumam referir-se a hospitais, universidades e instituições sérias. Tudo mentira.

Eles também apelam para nossos sentimentos humanitários, solidariedade, pena, caridade. Colocam fotografias de crianças queimadas e amputadas. São montagens. Ou então imagens reais tiradas de outras situações.

Também falam de crianças desaparecidas, achadas, assassinadas. Sempre com o intuito de comover e despertar o sentimento de culpa caso a pessoa não repasse a mensagem.

Apelo ao medo

Outras vezes os autores apelam para o medo do leitor. Falam em agulhas infectadas com o vírus da AIDS, ácido jogado na cara de motoristas em sinais de trânsito, extração de rim em banheiras de hotel.

Todas elas são falsas. Quanto mais dramáticas, mais falsas.

Os males que esses boatos causam

A primeira vítima dessas mensagens é você mesmo. Perdeu seu tempo, incomodou seus amigos e ainda corre o risco de ser vista como ingênua.

A segunda vítima é a própria Internet, todos os provedores e todos os usuários.

O que não fazer

Nunca repasse mensagens que digam "só repassando...". Nunca acredite em doações de dinheiro por cada mensagem enviada. Mesmo que lhe apresentam a foto de uma criança queimada, amputada, decapitada, não seja solidária. Essas imagens são fabricadas ou usadas indevidamente. Jamais leve a sério o pedido de "mande para o maior número de pessoas que puder".

O que fazer

Se você receber uma mensagem interessante, mande-a para quem achar que pode se beneficiar dela. Mas nunca peça para repassar para o maior número de pessoas. Nunca escreva "só repassando...".

Os boatos da Internet têm causado muitos males. Faça sua parte: não lhes dê seguimento.

2 comentários:

Unknown disse...

1Fernando, olá! Gostaria de saber se o barulho também é uma questão de saúde. Moro no jaraguá, e se instalou ao lado de minha residência uma fábrica de móveis. A barulheira começa antes das 7 e vai até altas horas, inclusive domingos e feriados! Há alguma lei que me proteja neste caso?

Fernando Cabral desmente... disse...

Sim, barulho é uma questão de saúde. É também uma questão ambiental e criminal. O assunto é regulado por leis federais, estaduais e municipais. Se interferir no ambiente, pode ser combatido com leis ambientais. Se ofender a paz pública, pode ser combatido com a lei das contravenções penais. Em BOm Despacho, temos a lei Ambiental cujo Capítulo IV trata da poluição sonora. Seu artigo 137 veda perturbar o sossego e o bem-estar público.
Assim, em tese, você pode recorrer à prefeitura, e exigir que ela mande cumprir o código ambiental. Pode, também, recorrer à polícia (você precisará fazer um boletim de ocorrência). Ou, ainda, ir diretamente ao Ministério Público.
O enquadramento exato dependerá de análise das circunstâncias específicas.
A Polícia Civil dispõe de perito com decibelímetro para avaliar a situação.

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