Em Bom Despacho cerca de 150 pessoas estão na fila, aguardando cirurgia de catarata. A fila não anda faz tempo. Segundo a prefeitura, falta dinheiro.
Pelas contas do assessor do prefeito, a festa de final de ano custou R$ 50 mil. Gastos ilegais, pois feitos mediante licitação fraudada.
Porém - ao menos por alguns instantes - podemos deixar de lado a questão da legalidade enquanto examinos uma questão ética(*): sabendo-se que uma cirurgia de catarata custa em torno de R$ 600,00, com o dinheiro gasto na festa poderíamos dar a visão de volta a 80 pessoas.
Isto nos coloca em condições de decidir o que é mais importante para a coletividade: usar o dinheiro público para trazer a visão de volta a 80 pessoas ou saracotear por três noites na Praça da Estação?
O prefeito já respondeu.
Resta a nós, cidadãos, darmos nossa resposta. Até porque vem aí a festa do carnaval. Se mantivermos o nosso silêncio, o prefeito responderá por nós outra vez.
(*) Em minha coluna do Jornal de Negócios do próximo domingo (10/1) trato das fraudes aplicadas na contratação da festa de final de ano.
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