14/12/2014 09h02
- Atualizado em
14/12/2014 09h02
Bom Despacho recebe incentivo para cuidar de rio que abastece a cidade
Executivo terá mais de R$ 600 mil para investir em preservação.
Verba foi conquistada após uma disputa com projetos nacionais.
Recuperação do Rio Capivari consta no projeto (Foto: Assessoria/Prefeitura)
A estiagem prolongada, que resultou na falta de água em várias cidades do Centro-Oeste, tem inspirado a criação de projetos que poupam água e preservam nascentes. Em Bom Despacho, o Executivo deve receber no início de 2015 um prêmio da Agência Nacional das Águas (ANA) para a preservação do Rio Capivari, que abastece uma população de mais de 40 mil pessoas. A verba de mais de R$ 600 mil foi conquistada após uma disputa com projetos nacionais.
O projeto foi montado por uma comissão em outubro deste ano e foi aprovado no mês seguinte pela ANA. Ainda no início do próximo ano, a Prefeitura deve iniciar a execução de um planejamento de preservação composto por três frentes prioritárias, elencadas por representantes das secretarias de Obras, Meio Ambiente, e Planejamento. “Fizemos uma força-tarefa. O resultado será a recuperação do Capivari e a preservação dos nossos recursos naturais”, comemora o secretário de Meio Ambiente Célio Luquini.
A primeira ação desenvolvida será a construção de barraginhas nas propriedades rurais de Bom Despacho. Em seguida, será feito o cerceamento de nascentes e por fim serão plantadas mudas nativas do cerrado. "Todo esse trabalho será executado em fases. Como a plantação das mudas por exemplo. O primeiro passo será mapear os locais para plantarmos e em seguida analisaremos qual o tipo de plantação ideal para a região. Contudo, já temos ideia do que será plantado como o ingá d’água e a embaúba, plantas que têm características de mata ciliar. O objetivo é fazer o plantio dessas plantas que crescem rápido, repovoar essas áreas e em seguida vamos dar continuidade com plantas secundárias, de preferência plantas frutíferas, que também ajudam na preservação da fauna", contou a bióloga Vera Lúcia de Queirogas, que também é mestre em ecologia e conservação dos recursos naturais, além de idealizadora do projeto.
No município não chegou a faltar água durante o período de seca drástica, o que segundo o Executivo se deve à conscientização dos moradores, que sempre apoiaram medidas de uso consciente da água. Ainda assim, vendo as dificuldades de muitas cidades da região, que por falta de água decretaram estado de calamidade púbica, a equipe planejou e estruturou o projeto, executável em três anos, com medidas que devem preservar as águas para o futuro. "Esse é o tempo básico para as plantas crescerem e criarem resistência, é um tempo também para os produtores se adaptarem e interagirem com o projeto. É o prazo ideal para a solidificação de todas as ações", comentou Queirogas.
Rio Capivari abastece população de Bom Despacho
(Foto: Assessoria/Prefeitura)
Segundo o gerente do escritório de projetos da Prefeitura, Rogério
Corgozinho, antes de tudo, será feita uma série de reuniões com
produtores rurais a fim de detalhar onde serão construídas as
barraginhas. "Essas reuniões também irão tratar da importância do
projeto e de como é fundamental a colaboração do produtor rural, uma vez
que essas barraginhas serão construídas em propriedades privadas. Além
do mais, é um projeto previsto para três anos, o que irá demandar
cuidados posteriores dos donos das propriedades", explicou.(Foto: Assessoria/Prefeitura)
A execução do projeto deve contar com apoio da Emater, além de parceria com a Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac). "O projeto abrange várias áreas e para os estudantes terem a oportunidade de trabalhar em um projeto da Agência Nacional das Águas certamente irá agregar no currículo", disse Vera.
A bióloga finalizou ressaltando a relevância do projeto para as futuras gerações, dizendo que a falta de água não depende de reservatórios e sim da natureza. “Quando preservamos uma área com plantas e animais, a natureza devolve em benefícios. A água é captada de algum lugar, então é preciso cuidar desse lugar. Precisamos preservar os rios, não só nas questões de extinguir a pesca em épocas de piracema, de jogar lixo, entre outras tantas questões, mas também respeitando as exigências próprias da natureza, para que ela proteja o corpo hídrico, na temperatura ideal, na quantidade de oxigênio e de matéria orgânica necessária. Só assim conseguimos um retorno positivo como a captação que não vai interferir na produção de água das nascentes principais”, finalizou.
Rio Capivari em Bom Despacho (Foto: Assessoria/Divulgação)
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