Minas Gerais
Bom Despacho:
Justiça condena Zezé di Camargo pela segunda
vez em uma semana.
Prefeito de Bom Despacho, Haroldo Queiroz,
também é condenado.
Da
Redação*
BH-29/07/2012
Trecho em que Zezé di
Camargo faz declarações políticas e incita
populares contra um
vereador durante apresentação musical em junho.
(REPRODUÇÃO
DO REFERIDO PROCESSO)
O músico Mirosmar José de Camargo, mais conhecido como Zezé
di Carmago se envolveu em conflitos políticos no interior de Minas Gerais.
Durante uma recente apresentação
com seu irmão Luciano
em Bom Despacho, no Centro-Oeste do Estado, o músico teria
feito um discurso em favor do prefeito local, que contratou o seu show,
desferindo acusações ao vereador oposicionista Fernando Cabral.
Zezé foi acionado e multado em duas ações oferecidas pelo
Ministério Público Eleitoral em Minas Gerais. Ainda referente à essa
questão, segundo o vereador citado, outros dois processos ainda correm pela
Justiça Comum. Assim, como o músico, o prefeito de Bom Despacho também foi
multado e ambos tiveram seus direitos políticos suspensos por oito anos.
Entenda o caso
Tudo teve início na virada do dia 1º para 02/06, quando a
cidade de Bom Despacho comemorava o seu centenário. Na ocasião, o prefeito
municipal Haroldo Queiroz contratou a dupla sertaneja Zezé di Camargo e
Luciano para uma apresentação comemorativa, pela qual teriam sido pagos R$
170 mil de cachê aos músicos.
De acordo com informações obtidas por Via Fanzine em Bom
Despacho, após cantar duas músicas, os músicos interromperam a apresentação.
Nesse instante, Zezé di Camargo teria feito um discurso citando o vereador
Fernando José de Castro Cabral (do bloco de oposição ao prefeito) que,
segundo afirmou, teria tentado impedir a realização do show.
Falando à reportagem de Via Fanzine, que o procurou,
Fernando Cabral, nega que tenha tentado impedir a realização da
apresentação. “Nunca tentei embargar o show. Eu pedi que fosse de portões
abertos, já que todas as despesas haviam sido pagas pela prefeitura. Não era
justo que o povo (pessoas humildes) pagasse um quilo de alimento para
entrar”, argumentou o vereador a VF.
Ainda de acordo com Cabral, “Além disso, eu protestei
contra a venda de camarotes por uma empresa privada que não gastou um único
centavo com nada. A despeito disso, ele poderia vender dois mil lugares, ao
preço de R$ 80,00. Ou seja, poderia faturar até R$ 160 mil sem gastar nada”,
afirmou o vereador.
Cabral afirma que acionou à Justiça porque se sentiu
atingido pela ação do cantor sertanejo. Segundo ele, “O cantor, instruído
pelo prefeito ou por um de seus assessores, fez um discurso desairoso a meu
respeito. Ele me chamou de ‘impensante’ e me acusou de só pensar ‘no próprio
umbigo’. No final garantiu que eu não seria eleito nem para síndico de
prédio e pediu uma vaia para mim”, afirmou o edil Fernando Cabral.
Trecho final da segunda
decisão preferida pela juíza eleitoral.
(REPRODUÇÃO
DO REFERIDO PROCESSO)
MP denunciou e Justiça
puniu
O Ministério Público foi acionado e rapidamente denunciou
três ilícitos no evento envolvendo prefeito de Bom Despacho Haroldo Queiroz
e a dupla Zezé di Camargo e Luciano, sendo: 1) propaganda eleitoral
extemporânea; 2) abuso de poder econômico nas eleições; 3) Crime de
difamação.
Na primeira ação, Zezé di Camargo foi condenado a pagar
multa de R$ 25 mil. Numa segunda ação, Zezé di Camargo foi condenado a pagar
multa de 25 mil UFIRs (cerca de R$ 57 mil).
Nessa segunda ação, julgada pela juíza eleitoral Sônia
Helena Tavares de Azevedo, o prefeito Haroldo Queiroz foi punido com a mesma
pena e, como prevê a legislação, ambos tiveram seus direitos políticos
suspensos por oito anos. Na ocasião, a juíza também afastou a tentativa de o
prefeito Queiroz anular as provas apresentadas pelo MP.
Segundo o vereador Fernando Cabral, a sentença referente ao
crime de difamação à sua pessoa ainda está pendente na Justiça. Além disso,
segundo ele, “Há um quarto processo que trata de improbidade administrativa.
Esse tramita na justiça comum”, declarou.
O diário digital Via Fanzine teve acesso à cópia da segunda
decisão judicial, que pode ser acessada na íntegra
clicando aqui.
Ainda cabe recurso à decisão da juíza eleitoral Sônia
Helena Tavares de Azevedo. Via Fanzine solicitou informações do prefeito
Haroldo Queiroz junto à Prefeitura de Bom Despacho e até o fechamento dessa
nota não recebeu retorno.
- Imagens: Reprodução do Processo original.
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