08/10/2012 20h37
- Atualizado em
08/10/2012 21h10
Zezé Di Camargo foi 'irresponsável', diz prefeito eleito de Bom Despacho, MG
Polêmica começou em junho, quando cantor mandou público vaiar político.
Músico já foi condenado em 1ª instância, mas recorreu da decisão.
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Cantor fez comentários durante show em Bom
Despacho (Foto: Alexandre Durão / G1)
O prefeito eleito na cidade de Bom Despacho, no Centro-Oeste, vereador Fernando Cabral (PPS), falou ao G1
sobre o caso envolvendo o cantor sertanejo Zezé Di Camargo, que, em
junho passado, fez propaganda eleitoral extemporânea durante a
realização de um show na cidade. Na ocasião, o cantor pediu ao público
que vaiasse Cabral (até então pré-candidato a prefeito) e foi atendido.
No entanto, a atitude resultou em condenação por propaganda indevida. O
atual prefeito da cidade, Haroldo Queiroz, que contratou o show, foi
procurado para falar sobre o assunto, mas não foi encontrado.Despacho (Foto: Alexandre Durão / G1)
A decisão de condenar em primeira instância foi da juíza Sônia Helena Tavares e publicada no dia 17 de julho. A multa aplicada ao cantor Zezé Di Camargo foi de R$ 25 mil. Conforme denunciado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), além de estimular o público a vaiar o vereador, o músico também o desqualificou perante os presentes, cerca de 12 mil pessoas.
O processo segue no Tribunal Regional Eleitoral de Minas (TRE-MG) aguardando julgamento, já que a assessoria jurídica do cantor recorreu, no dia 30 de julho, alegando que a atitude de Zezé Di Camargo não teve cunho eleitoral. Por telefone, a advogada da dupla Zezé Di Camargo & Luciano, Andreia Rissom, informou que a assessoria não irá mais se manifestar sobre o assunto. Já o cantor, chegou a comentar o caso, no início de agosto.
Pronto para assumir o posto de prefeito a partir de 1º de janeiro de 2013, Fernando lembrou que por se tratar de uma ação pública incondicionada, o processo deve, obrigatoriamente, ir até o fim. "Não depende da minha vontade para prosseguir ou parar", disse ele lembrando que existem outras ações possíveis, tanto por danos morais como pessoais. "Vou pensar, mas é um assunto em que se deve pensar com calma. Do ponto de vista político já não faz mais sentido. O dano que ele [Zezé] causou foi superado e vencemos a eleição. Do ponto de vista civil, em relação aos danos de imagem, não tenho particular interesse em prosseguir", revelou.
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Para Fernando Cabral, a atitude do cantor atrapalhou a campanha,
causando danos efetivos. "Os fãs mais esclarecidos não gostaram da
atitude dele. Os menos, tomaram aquilo como verdade. Muito passavam por
mim pela rua e diziam que eu não deveria fazer aquilo [processar o
cantor]", contou.Conforme consta nos autos do processo, Zezé afirmou que Fernando quis atrapalhar a festa e por isso pediu uma vaia 'bem grande' para ele. "Foi uma acusação falsa. Nunca fiz essa proposta. Apenas questionei a prefeitura sobre alguns pontos, já que era a festa de aniversário da cidade e tudo foi pago pela Prefeitura. Então, botaram uma empresa para explorar os camarotes e cobrar por isso, sendo que tudo já havia sido pago. Não fazia sentido. Ele [Zezé] foi extremamente irresponsável e infeliz. Chegou a uma cidade onde não conhecia ninguém, alguém disse algo e ele sobe no palco e faz uma crítica. No mínimo, deveria ter ponderado ser era ou não verdade. Ou até seria respeitável da parte dele dizer que veio aqui para cantar e não entrar na política local", disparou Cabral.
Questionado sobre quem teria repassado tais informações ao artista, Fernando não pensou duas vezes. "Com certeza absoluta isso partiu do prefeito atual, Haroldo Queiroz. Mas, juridicamente, não posso usar isso. Ele [Zezé] se recusou a revelar a origem da informação. Então, ficamos sem saber, sem meio de provar", disse Cabral, declarando que Haroldo é 'inimigo mortal dele' e apoiou o candidato Vital, do PSDB, último colocado nas eleições realizadas no último domingo (7).
Outra ação
Também corre na Justiça uma ação de investigação eleitoral na qual o prefeito Haroldo Queiroz e o cantor Zezé Di Camargo foram condenados a oito anos de inelegibilidade e ao pagamento de multa no valor de R$ 25 mil por abuso de poder político e econômico na eleição. Segundo a assessoria de imprensa do TRE-MG, o caso ainda não chegou até eles.
O prefeito atual Haroldo Queiroz foi procurado pelo G1 para comentar sobre o assunto, mas não foi localizado.
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